Há dias assim, e os dias de muita gente são assim. Gosto da rotina que me ajuda em coisas úteis, no trabalho, porque a rotina conforta, dá-nos segurança, está tudo previsto, e até faz jeito que assim seja.
Mas o empolgamento, o entusiasmo é aquilo que sai da rotina, o que é novo, o que nos faz sentir vivos e palpitantes. Eu gosto disso. De me emocionar com um filme, uma música, uma pessoa. É um bocado esse o combustível para a vida.
E é-me terrivelmente difícil fazer coisas que não gosto. Mas é ainda mais terrível a ante-visão. Não raras vezes, o facto de pensarmos muitas vezes num assunto por resolver que não nos agrada, ainda o torna mais desagradável.
No entanto, a maioria das vezes deito mão à obra e conforme vejo o objectivo a ser cumprido, não tendo o combustível do entusiasmo, tenho o do dever cumprido. E vistas as coisas, até não custou nada.
Bloqueios de quem joga à defesa, mantendo a zona de conforto protegida de saídas furtivas, de aventuras, de desconfortos.
É que a zona de conforto para mim também tem a ver com inúmeras regras que a sociedade nos impõe, que interiorizamos. É que fico mesmo na dúvida, o que é bem esta Zona de Conforto.
Mesmo os que aparentemente não ligam a isso e até fazem/dizem o que lhe apetece, não estão numa qualquer zona de conforto tipo o conforto para eles ser a nossa zona aventurosa?
Mas que digo eu?