Somos comidos em tudo o que seja factura que nos chegue a casa. Na conta da electricidade temos que sustentar uma autoridade de qualquer coisa (a quantidade de autoridades que há neste país...), que faz umas coisas pomposas, por exemplo, para além da taxa de radiodifusão, eu que praticamente não vejo TV e pouco radio ouço. Não me custa pagar alguma coisa para a Antena 2, mas custam-me os ordenados das "estrelas" de TV. Eu de livre vontade não pagava o que lhes pagam para serem o que são.
Fico logo um pouco contrariado quando me chegam ao conhecimento estas coisas. Mas é tudo em surdina. Nas correntes de email que se vão reencaminhando, é um pouco outra maneira civilizada que temos de nos revoltar... e que prova bem que não somos nenhuns info-excluídos.
Fazemos isso com conta, peso e medida e a horas certas. Nisso somos até bastante organizados. De tudo isto nada resulta, por impossibilidade colectiva de nos revoltarmos. Não somo capazes disso.
Podíamos ter um guia, um ou uma inspiradora, mas nem isso temos. Alguém com a grandeza dum Nelson Mandela ou de um Gandhi. Mas não, e para essa missão apenas me ocorre o nome de Agostinho da Silva, um homem tão pouco conhecido neste país.
As estrelas de TV são tão mais giras, e aquelas encrencas todas com os divórcios litigiosos.
E não seria uma revolução de violência, teria que ser uma revolução de ideias quanto ao que queremos do nosso futuro.
Nesta parte, confesso, fico sempre um pouco perplexo, até receoso, por estar a tratar de assuntos tão importantes com tanto à-vontade e convicção, como se soubesse mesmo do que estou a falar, do fundo do meus conhecimentos e estudos de longos anos.
Mas não, sou apenas um gajo qualquer, mas posso expressar os meus pensamentos, e podem ser pretensiosos ou tolos, mas posso expressá-los.
Valha-me isso, ainda que isto possa ser pregar ao vento...