Há um tempo atrás apercebi-me que alguém da minha família tinha ficado fixado num tempo da sua vida, e isso e umas quantas coisas que dizia cada vez que confraternizamos, alimentava o convívio. Num grau mais discreto notei o mesmo em outras pessoas.
Achei a principio talvez estranho, mas hoje sinto que faço isso um pouco por aqui. Não são apenas as minhas histórias, são histórias de muitos de nós, da nossa vivência. Mas é um exercício de memória porque muitas maneiras de viver se transformaram.
Não defendo um Portugal rural e analfabeto. Não sou nenhum iletrado e gosto de agricultar. Mas defendo um Portugal rural porque temos terrenos para agricultar e cada vez menos há pessoas nas aldeias para o fazer. Nem que fosse em part-time como eu...
Do povoamento depende utilizar a riqueza da agricultura e da floresta e depende cuidar disso mesmo. Isso exige trabalho. E exige que estejamos próximos das coisas. De as vermos. De vermos o que precisa de ser cuidado.
Não temos cinema, não temos muita coisas. Vamos deixar de ter serviços públicos essenciais nas vilas e cidades. E assim isto, no meu entender, não vai a lado nenhum, porque a riqueza, sem ser a fácil do petróleo e outras riquezas, vem destas coisas.
Países desenvolvidos tem uma ocupação mais distribuída da população. Não se pode esperar um mega polis na Sibéria.
E tenho tentado saber de coisas mais antigas que eu. De vestígios arqueológicos que por aqui haja, ainda hoje vi uma referência aos vestígios existentes em Carregal como sendo únicos no vale do Mondego. E tento conhecer a história dos historiadores e aquela que nos contam os vestígios físicos da passagem desses homens de há 18000 anos (época da última glaciação).
É ir um pouco longe no exercício. Temo até tornar-me chato!
Este exercício de memória, mais para trás, em busca das origens, do que fez por estas paragens o homem ancestral, como viveu, do que é que viveu, como sobreviveu então, o suficiente para nos deixar marcas da sua passagem.
É tudo isto que alguns fazemos. Ser correntes do conhecimento. O conhecimento do que nos rodeia devia ser a primeira prioridade da escola. Mas não em modo Teoria.
Há algo de errado no futuro. Não sei se é de propósito, se são os ventos dos tempos. São coisas que escapam à Macro-Economia.
De qualquer modo anima-me uma lista de sítios lindos a menos de 100 km de distância. Tenho mesmo que fazer uma lista.