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Vou entrar em manutenção periódica. Não me passem chamadas. Um pacóvio como eu acha emocionante a cidade. 

Eu espero vir muito emocionado. Vou ver o Jardim das Delícias. Nunca na minha vida vi aquele quadro senão em reproduções. Aquele e outros que estão lá. Nunca vi um quadro dos grandes pintores ao vivo (lembro-me de uns Grão-Vasco no Museu de Lamego). 



Depois de uns carolos como aqueles nem devia estar aqui a enrolar palavras. 

A manutenção segue dentro de momentos.




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Sei que o Big Brother já existe. Democracias Capitalistas. Electrónica. Redes Sociais. Dinheiro de plástico. E o único propósito do referido é fiscalizar a legalidade tributária. 

Nas redes sociais é permitido opinar. Ignoro o que eles procuram. E podemos cruzar-nos nessa pesquisa. Não sei se há apresentações ou se tudo se passa nas meias palavras dum momento no tempo. Ou num olhar.

Estou aqui metido até à medula. O Admirável Mundo Novo (*). O éter. Uma Terra distante da Radio. Separadores. Contentores de informação. Mensagens de erro sem sentido. Ataques. Vírus. Namoros. Violações de privacidade. 

Estou mesmo aqui a fazer algo, que há 20  e tal anos, quando li estes livros, não antecipei de todo. Nunca.

A narração deste Big Brother é diferente. Já não é um livro. É a realidade mais real que se esconde na irrealidade, na imaterialidade da informação disponível. Dos olhos da programação para substituir o velho jogos dos espiões, da Guerra Fria.

As linhas de programação não precisam de férias, não precisam de ir para casa. Não se comovem. 

Não sei se é possível essas linhas de programação com autonomia delegada comunicarem entre si. Se já existem inteligências artificiais. Não o HAL 9000. Programas a jogar xadrez? 

Tudo isto é muito intrigante. Com algum tempo e disposição poderia ficar horas a imaginar todas essas possibilidades. Sem que necessariamente pudesse apresentar qualquer resultado prático, e muito pouco cientifico.

Se são bons não sei. O pior problema é serem furtivos. Se são bons não sei que eles aí estão. Talvez não sejam assim tão bons.




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Sinto-me mal nesta roupa de expediente, a camisa aperta-me, o cinto desapertado, os dentes por lavar.


(detesto quando digito letras e elas não me aparecem logo no... no quê? isto não é papel).


Debato-me para começar com o medo de não ter nada de eloquente, que seja do agrado geral. O medo de ser o ruído dum motor de frigorífico, também.


Ao mesmo tempo que sei que basta uma frase para começar a discorrer. 


Não adianta ter medo. Nunca sei o fim do texto. Ou quase nunca. E descubro que me posso achar chato. 

Chato não é um erro incomum que está a acontecer. Desconfio de certas quantidades de informação estatística. Atribuo a ataques maliciosos alguns números aí apresentados. São deles. Eu não tenho nada a ver com isso.

Se não tenho mais nenhuma sessão activa, porque a fechei noutra localização: porque alguém tentou aceder? Porque acedeu? começo a ficar preocupado. 

Mas ele notificam-me. Ou não. Isto não é inexpugnável. Podem entrar e sair sem serem detectados. Sei lá. Os serviços secretos Chineses. Tudo é possível. Todas as teorias da conspiração que possam engendrar.

Palavras chave podem automaticamente chamar a atenção de programas de espionagem. Ficamos fichados. É um algoritmo que nos regista nessas vastas arenas de informação confidencial. 

Podemos lá permanecer para sempre, sem que um olhar humano se foque em nós. É o mais certo. 

O mesmo algoritmo que escolhe a publicidade mais adequada para vermos.




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1984 (o livro de George Orwell) oferece hoje uma descrição quase realista do vastíssimo sistema de fiscalização em que passaram a assentar as democracias capitalistas. A electrónica permite, pela primeira vez na história da humanidade, reunir nos mesmos instrumentos e nos mesmos gestos o trabalho e a fiscalização exercida sobre o trabalhador. O Big Brother já não é uma figura de estilo – converteu-se numa vulgaridade quotidiana.


1984, Wook

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Exilado? Eu?

26.02.14
Como serão os entardeceres das pessoas exiladas? Devem ser "piores" que a percepção de que, nestas horas, sou um exilado. 

Analisada tal conclusão, parece-me excessiva. Não deixo de continuar a sentir-me um exilado. Um exilado de quê? Onde é que tu querias estar? Queres estar onde não estás? Porque queres estar lá e permaneces aqui?

Não sei para onde ir. Nem me apetece ir andar. Já me esqueci dos Planos. Percebi que isso era muito programático e eu sou tudo menos programável nesta onda do destino. Era muito Soviético. A palavra ainda hoje tem um som especial. De poderio enorme e misterioso. 

Quem percebe de espionagem, o Céline, afirmava que a verdadeira história do homem se passa na sombra. Os compêndios de história são versões oficiais. 

Essa sombra, essa opacidade, essa Cortina de Ferro, continuam. A verdadeira história estará por contar, ou eu não leio nada de história e fantasio com isso. Com a história.

Jamais a irei conhecer. Nem podia. Essa então matava-me de certeza. Nem é necessário conhecê-las com esse pormenor. 

A parte que me coube foi imposta. E refilando ou não, não a posso dispensar. Eu? 

Talvez uma directiva sobre circulação em rotundas aplicada aos meus devaneios me ajude a sair deste sarilho. Anda tanta gente a tentar fugir de sarilhos, mas eles são muito persistentes, somos um alvo para o seu divertimento. 


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As redes sociais são de borla. O correio electrónico, o alojamento de fotos e de ficheiros, a Nuvem, é de borla.

Não é a primeira vez que começo a desconfiar de tanta generosidade. Sabemos que um algoritmo nos direcciona publicidade (somos um alvo). É um preço justo que pagamos, esse incómodo. Para quem repara. Eu nem sempre reparo sequer.

E desconfio apenas porque acho a esmola grande. Devo desconfiar. Não passo é deste estado sem solução. Adivinho lá se esta refeição pode vir a custar caro. 

E adio a passagem de estado com a explicação de que, se preparam alguma, não é para já: havemos de estar dependentes totalmente da Nuvem quando isso acontecer.

Eu já tenho partes da minha vida na Nuvem que não tenho no disco. Foi para isso que as coloquei lá. Para estarem disponíveis neste botequim. Basta abrir um separador.

Recebo cada vez menos cartas. Ainda bem. As cartas que recebo são contas ou publicidade endereçada. Nunca espero nada de bom da minha caixa do correio tradicional. 

Podem acontecer catástrofes piores que perder essa informação, mas para os que baseiam parte da sua vida nesta mudança irreversível, pode ser uma tragédia das graves. 

Claro que toda a gente faz back-up. Fiz muito poucos e já me esqueci de qualquer informação que tenha perdido (a discografia dos Smashing ainda não me esqueceu).

E a informação existente não está totalmente segura. Neste reino não existem Fortalezas inexpugnáveis. 

E estou a falar da informação reservada. Não do publicamos de nós nas redes sociais. 

Eu dei um passo em frente, mas o meu foi propositado e com o objectivo de divulgar o que escrevo. 

Se não fossem as redes sociais tinha começado outra vez a escrever? São elas que hoje me permitem divulgar o que escrevo e conhecer algum ricochete disso. 

Mesmo o livro que escrevo, já o escrevi aqui, e agora mesmo estou a escrever já outro. É isto que vou escrever: crónicas. Da Terra Média, da Terra Média II?

Esses textos já têm, inclusive, título. Dependo, no entanto, deste formato, desta possibilidade de comunicar com os outros.

Cada um usa as redes sociais como é. Catalogá-las não me interessa. O que me interessa é divulgar o que faço no meu tempo livre.

Parte da vida foi transferida para aqui. Eu sofreria horrores sem as redes sociais. Ainda que seja um caso particular. Isso não me dá o direito de fazer apreciações ao uso que cada um dá a isto.  Desde que os principio da educação e da legalidade sejam respeitados. 

Eu só tenho isto. Não tenho editor, comecei há pouco e não reclamo nada. O que já tenho é mais do que o que supus alguma vez alcançar. Embora queira mais.

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fim de tarde

26.02.14
Desconheço em absoluto a razão porque, em certos momentos, demando um acontecimento qualquer extraordinário. Fora da rotina. Se o desejamos deseja-mo-lo bom.

E é sempre ao Entardecer, ao primeiro Entardecer que começa a ocorrer mais tarde. Depois das cinco. Depois das seis um dia destes. Estou no sítio certo para perceber estas diferenças entre os trabalhadores do estado.

Vive. O que há para viver neste fim de tarde de quarta feira? Promessas. Promessas. Incertezas. Despedir-me de alguma coisa? 

Novos caminhos se tem aberto para mim e tento ir aos que posso ir. Tenho sede do que aí vem. Tenho. 

É um estado de espírito transitório. Tão transitório como a viagem até casa. Tratar do que é necessário. O outro Entardecer aproxima-se. À porrada ou na pândega. E vivo nestes Entardeceres?

Vivo outra vida, muito viva, que me toma o Tempo todo, ou quase todo, tenho que sair para ir viver. 


A preguiça faz de mim um pirómano cada vez mais inepto. Não trouxe pinhas e devias ir buscá-las. A ubiquidade dos estados de espírito fazia jeito no corpo: mandava lá um alter-ego buscá-las enquanto permaneço aqui.

Finalmente o fogo parece acender-se e estou de casaco e numa habitual posição incorrecta. Não me possível estar numa posição correcta. Devo precisar de exames á lombar... outra vez a máquina milagrosa. Neste momento não tenho tempo para isso.

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Alentejo

26.02.14


quando me lembro do Alentejo, daquele que conheci em breves e intensos 4 meses de treino militar, é com esta banda sonora. 

As imagens são do filme Paris, Texas, de Wim Wender

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Nenhuma das mensagens é nova. São novas para mim e espalho-as como se tratassem de grandes novidades. Já não posso mais. Esta noite não. Esta noite vou já para a cama dormir. Ou deito-me para cima e fico a experimentar se o sono que sinto pode vencer tal incómoda posição. 

A melhor posição para se dormir. É um jogo que jogo comigo. Querem brincar? A ver se me esqueço que estou naquela posição e adormeço profundamente como habitualmente, só que desta vez naquela posição. A ver se me engano. Se me conto uma história como aos putos, para eles comerem a sopa. Contaram-nos uma grande história para comer-mos esta sopa. 

É parecida com uma negra sopa de favas que outros comeram, sempre pelas mesmas razões. De vez em quando empurram-se uns milhões de seres humanos. Transplantam-se. Nem isso é nada novo. E os sobreviventes sobrevivem ou prosperam, ainda e sempre a avistar a sua "Terra Média", o sonho do cheiro de uma terra vermelha, ou dos lânguidos entardeceres, assim tudo evocações de postal. De tudo saber pelo brilho nos olhos das histórias que estes contam. São verdadeiras. Não são burlas. Os burlados contam sempre a verdade. Os burlados até sentem um sentimento de culpa por terem caído na esparrela. São duplamente vítimas. Sentem-se dependentes dos burlões. 

Pedem-lhes encarecidamente que a história que lhes contam seja verdade. Que não vamos acordar deste sonho. Que o futuro não é um tédio de conforto. É o quê? 

Eu nem no cesto dos papeis acerto sempre. Vou atirar a primeira pedra? Se tivesse a certeza de não falhar, atirava. Sou um péssimo atirador. Tenho receio do aço frio. 

Se as pedras falam não é preciso atirá-las.

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Anarquistas vestidos de Rip Curl numa manifestação? 


As lágrimas dos Abutres (fica aqui a marinar enquanto tenho que fazer algo necessário, como manter o ambiente quente e propicio, não quero ideias estragadas por causa do frio, e o que me vale são as Acacia Deabalta que servem de lenha).
Clique em Guardar.

Vou a 4 meses da minha vida que valeram um aumento, não do tempo de serviço, mas da mudança que aquilo foi para mim:
1º Turno de 89-Vendas Novas.
Fui para lá para me fazer homem.
Podia considerar-se um rito de passagem à idade adulta. Um desemburrar. Eu já ia bastante desenburrado. Marquei os meus pontos. Fiz valer os meus trunfos. Podia lá voltar. Sem me chatear nada.

O Alentejo das topográficas. O Alentejo que o Ry Cooder tocou sem o conhecer. Acorda pá! Eu queria lá acordar. Aquilo de me sentir um boina verde como o John Wayne, na altura não fazia o meu feitio, ainda não faz, agora só para correr umas Marcor.

Para onde é que eu ia. Ah ... o blogue do meu desassossego (ainda me atrapalho a escrever a palavra).

É possível colocar um ponto em itálico?

Um bocado de queijo da ilha pode dar-me mais esperança que estes panfletos. Sou emotivo. Acham-me emotivo?

É o processador de texto que me dá cabo do streaming. E o livro está publicado. Aqui. O que vai ser feito daquilo? Aquilo vai fazer alguma coisa a alguém, vai transtornar alguma alma?

Se puder imprimir uns exemplares, para oferecer. Vaidade? Generosidade? Vontade de agradar? Sim, ainda que por mais vontade que tenha de agradar, só agradarei a quem se agradar de mim.

Não pode ser todos uns dias uma festa. Perpetuar a festa. E as pedras que falam pouco. O que foi de que me esqueci desta vez, em helvética.

Esqueço-me. Fui ali acima lembrar-me. Acrescentar. E bem valia mais substituir alguns destes parágrafos por queques. Queques de laranja. E o que vale é que é permitido adicionar queques ao Dicionário, e as guitarras não cessam de serrar a noite que não existe para além deste foco de luz e dum vulto que entardece sem entardecer, no momento em que tudo sabe bem (hoje soube-me a pouco-Sérgio Godinho).

E estes parágrafos, este cortar o papel com símbolos em desordem, a desordem ordenada do invulgar, do que está para além de...

do Bem e do Mal para alguns, apenas do esquecimento. Livrar-se de peso. A montanha não é local para comodidades (e as costas de novo a matarem-me, as noites a matarem-me enquanto renasço na luz da manhã, portadas abertas).

É como fazer estrada, é mais regular, não se vai sempre com aquela adrenalina cara em material, do mato. Rola-se e a paisagem por vezes arrasta-se, e os pensamentos arrastam-se para pensamentos esquecidos.

 Temos tantos pensamentos repetidos.









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