Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]


A Via Láctea passa aqui por cima. Cintilam na noite de cães que ladram sem consequências. Devo ser louco para assim me tentar exprimir, como se fosse eu que aqui estivesse. 

 

Podia ter descascado paus sequestrado à lareira e tinha-os emaranhado todos de novo. Escusava de pretender ser sincero. Impedia-me de datar os textos... há tanta tralha sempre para deitar fora. 

 

Não conheço os nomes das estrelas, os olhos míopes observam com a deformação adequada, com o desconhecimento. Com a magia que podem evocar. Com os pés descalços a sentir a erva. Todavia estão aí sempre, incatalogáveis para a miopia.

 

Não me trazem nada que já não tenha visto, as luzes enxotam-nas. Os sons nocturnos cheios de verticalidade, na nitidez da escuridão. Música indistinta o suficiente para não incomodar. Mesmo o passarinhar dum melro nocturno nas folhas secas. Com os devidos retoques os grilos são reis omnipresentes.

 

Poderia ter edificado as teias onde me esconder, adensar o labirinto devidamente tratado contra os entalhadores silenciosos de onde me vem a inspiração longeva. Sem admitir para além da classe inqualificável dos errantes. Emprestam os dedos e os braços, talvez o domínio das palavras, para que troncos mais dóceis possam ser assim preparados para toda a utilidade. 

 

Paráfragos sem rumo, com a substância na orla da compreensão. Se isto fosse assim tão fiável. Até a assinatura ainda é emprestada. Na noite fresca e azul de um momento per si. 

Autoria e outros dados (tags, etc)


Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.