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Desta falésia sou a fogueira que te guia ao aconchego. Um farol incompleto sem o teu alistamento.
Correu alegremente centenas de quilómetros comigo, e só ele viu todos os amanheceres e entardeceres que vislumbrei por essa natureza fora. Fugiu algumas vezes quando era mais novo, ficou preso num local, onde o descobri a correr por mero acaso. E se fiz vedações era porque queria as flores e o cão.
Foi com ele que dobrei o cabo do medo e percebi podia correr o que quisese, até cair se fosse necessário, pois nunca estaria só.
No auge da comoção de abri uma cova para o enterrar. Porra!!! Também não estava à espera e quando assim é, custa muito mais. O facto de morrer quando me preparo para abandonar este local, com uma mágoa grande: ele ficar na posse de quem fica. O Banco nunca entenderá que escrevi o nome numa grande pedra de granito, que serviu outrora para uma parreira, ao lado de um poço onde uma burra andava aos círculos para tirar a água que fecundava estes campos. A merda que existe na cabeça dessa gente é que não serve para o fecundar. Nem para estrume servem. Jamais poderão entender a minha dor, de ter perdido um dos meus melhores amigos, e de ser nesta fase.
Que seja, a cova que está aberta, o osso que achei no rio e trouxe para colocar na casa de madeira dele, porque ele também tinha uma casa de madeira pintada da mesma cor desta, e está atado a essa coluna onde consta o nome dele e de que terra falamos. Podem vir arrasar tudo. Podem remover as pedras e os ossos dele, mas ele é dono disto. Acabo de doar a minha parte, a do meu imenso esforço e a parte que coube para a trabalhar, não foi sequer para me gozar dela convenientemente, ao Óscar.